Confirmado HOJE (21): Governo Lula deixa beneficiários do INSS enfurecidos
O Governo Lula confirmou, por meio do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, o fim do teletrabalho no órgão a partir de agosto, decisão que causou grande insatisfação entre os servidores e beneficiários.
A medida visa aprimorar o atendimento presencial na Administração Central, mas foi recebida com críticas e descontentamento. A principal justificativa é a falta de equipamentos adequados para o trabalho presencial e a eficácia comprovada do home office na redução da fila de espera.
Em ofício, Stefanutto solicitou que cada unidade apresente um plano de desmobilização do trabalho remoto até o dia 22 de julho. Este plano deve listar nominalmente todos os servidores e justificar quaisquer casos excepcionais de permanência em teletrabalho. Após a apresentação, será definida a porcentagem máxima de servidores que poderão continuar em home office.
A resposta dos servidores foi imediata e negativa, alegando que a medida é uma “politicagem” do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Segundo eles, o teletrabalho praticamente dobrou a produtividade e foi crucial para reduzir a fila de espera, que é um dos principais problemas enfrentados pelo INSS.
A categoria está buscando negociar com a gestão do INSS para preservar os benefícios do home office, combinando com um modelo de retomada do atendimento presencial.
Governo Lula e os impactos da decisão
Stefanutto defendeu a decisão, afirmando que o trabalho remoto deve beneficiar tanto o órgão quanto os segurados, e não pode ser considerado um direito dos servidores.
Ele destacou a importância do atendimento presencial, especialmente para o público do INSS, composto majoritariamente por pessoas idosas e/ou em situação de vulnerabilidade, que muitas vezes não têm habilidades tecnológicas para acessar os serviços virtuais.
Apesar da justificativa, a decisão pode levar a uma greve, conforme anunciado pela Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps). A greve, prevista para começar em 16 de julho, inclui trabalhadores presenciais e aqueles em home office.
Este movimento pode prejudicar serviços essenciais como a concessão de aposentadorias e análises de auxílio-doença, além de impactar o plano do ministro Lupi de reduzir a fila de espera do INSS para 30 dias até o final do ano.
Reestruturação da Carreira e Negociações
A insatisfação dos servidores também se estende à proposta oficial de reestruturação da carreira do seguro social, apresentada em 4 de julho. As mudanças propostas incluem o alongamento da carreira, a manutenção da remuneração de ingresso com ajustes, a criação de uma nova gratificação e reajustes salariais.
Os servidores, no entanto, rejeitaram essas alterações e pediram ao governo federal que apresente uma nova proposta que atenda melhor suas reivindicações.
Stefanutto, por sua vez, afirmou que pretende se colocar como intermediário nas negociações para evitar a greve. Ele reconheceu a importância da atividade dos servidores do INSS e destacou que o ministro Lupi está negociando com as altas esferas do governo para chegar a um acordo que evite a paralisação.