Cientistas estão preocupados com 6ª extinção em massa e propõe defesa
Em um artigo publicado na revista Frontiers in Science, cientistas da ONG norte-americana Resolve apresentaram uma proposta ambiciosa para proteger a biodiversidade global, sugerindo a preservação de 1,2% da superfície terrestre. O plano, que visa evitar extinções iminentes, identificou 16.825 áreas críticas, denominadas Imperativos de Conservação, que somam 164 milhões de hectares.
O custo estimado para proteger essas áreas é de US$ 169 bilhões (aproximadamente R$ 822 bilhões). Uma vantagem significativa é que 38% dessas áreas já estão próximas a zonas de conservação existentes, o que deve reduzir os custos de implementação e gestão.
Imperativos de Conservação
Para identificar os Imperativos de Conservação, os cientistas mapearam a distribuição de espécies raras e ameaçadas utilizando seis avaliações de biodiversidade reconhecidas globalmente. Esses locais foram comparados com o mapa das áreas protegidas atuais, destacando zonas desprotegidas que requerem proteção urgente.
De acordo com Andy Lee, coautor do estudo, à Interesting Engineering, essas áreas abrigam espécies raras e ameaçadas, como o tamaraw filipino, e foram identificadas através de imagens de satélite que mostraram o habitat restante.
Surpreendentemente, quase 40% dos hotspots de biodiversidade estão próximos a áreas de proteção já estabelecidas. Além disso, a maioria desses Imperativos de Conservação se localiza em regiões tropicais, com maior concentração em cinco países: Filipinas, Brasil, Indonésia, Madagascar e Colômbia.
Para calcular os custos de proteção, os pesquisadores analisaram centenas de projetos de conservação existentes. “Estimamos que custaria US$ 169 bilhões para proteger todos os Imperativos de Conservação nos trópicos e US$ 263 bilhões globalmente”, afirmou Lee.
Segundo ele, isso equivale a US$ 53 bilhões por ano durante cinco anos, representando menos de 0,2% do PIB dos EUA e uma fração dos subsídios aos combustíveis fósseis.
Os autores do estudo argumentam que proteger essas áreas não é apenas crucial para a fauna, mas também faz parte de uma estratégia maior para combater as mudanças climáticas. As regiões preservadas, especialmente florestas, atuam como grandes sumidouros de carbono, ajudando a reduzir os gases de efeito estufa na atmosfera.
Esse esforço é parte de uma estratégia global mais ampla, a Rede de Segurança Global, que tem como objetivo proteger pelo menos 30% das terras do planeta até 2030.