Caixa Econômica está vendendo imóveis por R$ 46 mil
Uma casa com valor de mercado estimado em R$ 210 mil foi arrematada por apenas R$ 46 mil em um leilão da Caixa Econômica Federal.
A oferta, que à primeira vista parece imperdível, levanta questões sobre o funcionamento desses leilões, os benefícios para quem busca investir com pouco dinheiro e os cuidados necessários para evitar prejuízos.
A transação faz parte de um modelo de venda cada vez mais comum: os leilões extrajudiciais, realizados quando financiamentos habitacionais não são quitados. Como maior agente financiador do país, a Caixa lidera também em número de imóveis disponíveis nesse formato.
Como ocorrem os leilões da Caixa?

Os imóveis são disponibilizados em três fases: o primeiro e o segundo leilões (com lances mínimos decrescentes) e a chamada venda direta, caso as etapas anteriores não tenham interessados. Os descontos podem chegar a 80% em relação ao valor de avaliação.
Na prática, isso significa que uma casa inicialmente listada por R$ 210 mil pode ser adquirida por menos de R$ 50 mil — como no exemplo mostrado em um vídeo analisado para esta reportagem. Nessas condições, o imóvel ainda podia ser financiado em até 95% do valor, exigindo uma entrada de cerca de R$ 2.500.
Vantagens: preço baixo e possibilidade de financiamento
Entre os principais atrativos desse modelo de compra estão os valores abaixo do mercado e a chance de adquirir um bem com pouco capital. Em alguns casos, é possível usar financiamento habitacional ou até recursos do FGTS, embora nem todos os imóveis ofereçam essa possibilidade.
Para quem deseja investir, imóveis de leilão podem gerar lucro na revenda, desde que comprados com bom planejamento e após análise cuidadosa das condições de venda.
Riscos: avaliação inflada, imóveis ocupados e exigências legais
Por outro lado, há riscos importantes a considerar. Um deles é a superavaliação do imóvel: no exemplo analisado, embora a Caixa estimasse o valor da casa em R$ 210 mil, outras unidades no mesmo condomínio estavam sendo anunciadas por R$ 175 mil. Isso pode afetar o retorno financeiro para quem pretende revender.
Outro ponto delicado é a ocupação: muitos imóveis ainda estão com os antigos moradores, o que pode exigir ação judicial para desocupação. Além disso, há imóveis que não aceitam financiamento ou não permitem o uso do FGTS — o que limita as opções para compradores com orçamento apertado.
Como saber se a oportunidade vale a pena?
A recomendação de especialistas é sempre comparar os preços com outras unidades semelhantes na mesma região.
Plataformas de venda de imóveis e corretores locais são boas fontes para essa análise. Também é fundamental ler com atenção o edital do leilão, verificar a matrícula do imóvel e buscar apoio técnico, se necessário.
Informação é o maior aliado do comprador
Quem deseja aproveitar as ofertas de leilão da Caixa precisa estar bem-informado. Entender como funciona o processo, conhecer os tipos de venda, saber analisar os documentos e considerar os custos envolvidos são fatores essenciais para evitar surpresas.
Com preparação e pesquisa, o leilão pode ser uma porta de entrada para quem quer sair do aluguel, investir em patrimônio ou buscar boas oportunidades no mercado imobiliário — mesmo com pouco dinheiro disponível.