Brasileira faleceu ao comer torta de frango. Entenda os riscos!
Cleuza Maria de Jesus, de 78 anos, foi sepultada nesta quarta-feira (28), após complicações por intoxicação alimentar provocada por uma torta de frango adquirida em uma padaria de Belo Horizonte.
O caso, que ainda está sob investigação, reacende discussões sobre as condições sanitárias de estabelecimentos que comercializam alimentos prontos para consumo.
O velório aconteceu às 10h30, no Cemitério da Paz, localizado no bairro Caiçara, região Noroeste da capital mineira. O enterro ocorreu no mesmo local às 14h.
A aposentada estava internada desde 22 de abril, um dia após ingerir a torta da padaria Natália, situada no bairro Serrano, região da Pampulha.
Além dela, sua sobrinha, Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, e o namorado, José Vitor Carrillo Reis, de 24, também consumiram os alimentos e precisaram ser hospitalizados com sintomas graves de intoxicação. O casal continua internado, embora já tenha recebido alta da UTI.
Exames ainda não confirmam causa da intoxicação
Os primeiros exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz descartaram a presença de botulismo, uma das suspeitas iniciais. No entanto, familiares contestam o resultado.
Segundo relato de uma parente das vítimas, médicos envolvidos no atendimento acreditam que a hipótese de botulismo não pode ser descartada, devido à alta incidência de falsos negativos nesses testes laboratoriais.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que exames complementares estão em andamento para identificar outras possíveis toxinas ou microrganismos. O caso também está sendo apurado pela Polícia Civil, pela Vigilância Sanitária e pela Fundação Ezequiel Dias (Funed).
Estabelecimento permanece interditado
Desde o dia 23 de abril, a padaria onde a torta foi comprada está interditada. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, o local não possuía alvará sanitário nem havia iniciado o processo de regularização. Durante a inspeção, agentes encontraram irregularidades estruturais e falhas no armazenamento dos alimentos, o que pode ter contribuído para a contaminação.
O padeiro responsável pela produção da torta apresentou-se à polícia, foi ouvido e liberado. Ele afirmou que as condições de higiene na padaria eram precárias e que os produtos eram armazenados de forma incorreta, com risco de contaminação cruzada.
A esposa dele, Ruth Lazarini, também denunciou ao jornal Estado de Minas a falta de cuidados com os alimentos e relatou que a família tem enfrentado dificuldades financeiras desde que o marido passou a ser alvo de desconfiança.
Investigações seguem em curso
A Polícia Civil informou que os laudos periciais ainda estão sendo elaborados e que o prazo pode ser prorrogado, conforme a complexidade da análise. O objetivo é determinar a causa exata da contaminação, bem como eventuais responsabilidades criminais.
Enquanto isso, a família da vítima cobra respostas e reforça a necessidade de fiscalização mais rigorosa nos estabelecimentos alimentícios da cidade. Para os parentes, a morte de Cleuza e o sofrimento enfrentado por Fernanda e José Vitor não podem passar impunes.