Brasil recorre ao Tesouro Nacional após escândalo atingir milhões de aposentados
O governo federal só deverá recorrer a recursos do Tesouro Nacional caso todas as outras tentativas de recuperação dos valores desviados de aposentados e pensionistas pelo INSS se esgotem.
A declaração foi feita nesta quinta-feira (29) pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido pela CanalGov.
A fala ocorre em meio ao avanço das investigações sobre um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, realizado por associações que agiam sem autorização dos segurados.
O episódio gerou repercussão política, levou à queda de dirigentes do setor e impulsionou articulações no Congresso por uma CPI para apurar os responsáveis.
“Não é intenção do governo, neste momento, usar o dinheiro do Tesouro. Vamos atuar para identificar os responsáveis e reaver os valores desviados. Há indícios de que esse grupo possui bens de alto valor, como carros de luxo e patrimônio fora do país, o que nos dá margem para buscar reparação direta com quem causou o prejuízo”, afirmou o ministro.
Responsabilidade fiscal e proteção aos aposentados
Apesar da cautela com o uso de recursos públicos, Queiroz sinalizou que o governo está comprometido com os segurados lesados. “Se todas as possibilidades forem esgotadas e ainda houver pessoas sem receber o que lhes é devido, o presidente Lula não permitirá que aposentados arquem com esse prejuízo”, declarou.
O escândalo envolvendo os repasses irregulares provocou a saída do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e, posteriormente, a renúncia de Carlos Lupi do comando do ministério. A pasta passou a ser liderada por Wolney Queiroz, que era o secretário-executivo até então.
Segundo o ministro, o objetivo é concluir os ressarcimentos antes do final de 2025, mas o processo depende do andamento das investigações e da capacidade de reaver os recursos diretamente com os envolvidos nas fraudes.