Assessor de Marçal já foi marqueteiro de Bolsonaro, que não apoia Pablo
O oitavo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, promovido pelo Grupo Flow nesta segunda-feira (23), terminou com tumulto.
O candidato Pablo Marçal (PRTB) foi retirado do estúdio nos momentos finais do programa após ser repreendido pelo apresentador Carlos Tramontina por infringir as regras ao utilizar termos pejorativos contra o adversário Ricardo Nunes (MDB).
O desentendimento culminou em uma agressão física: o marqueteiro de Nunes, Duda Lima, foi atingido com um soco por um assessor de Marçal e saiu ferido do local.
Marçal foi expulso quando restavam dez segundos para o término de suas considerações finais. Durante o debate, o candidato chamou repetidamente Ricardo Nunes de “bananinha” e fez a promessa de “prender” o atual prefeito, mencionando investigações relacionadas à máfia das creches.
O marqueteiro de Nunes, Duda Lima, que trabalhou na campanha de Jair Bolsonaro em 2018, foi atacado logo após a confusão no debate.
Bolsonaro declara apoio a Ricardo Nunes
Em meio ao debate eleitoral, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se posicionou publicamente em apoio ao atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Em um vídeo divulgado nesta semana, Bolsonaro pediu votos para Nunes e criticou a comparação feita por Pablo Marçal entre o ataque que sofreu em 2018 e o episódio em que Marçal foi atingido por uma cadeirada pelo apresentador José Luiz Datena (PSDB).
Diferença entre os ataques para Bolsonaro
Bolsonaro afirmou que existe uma “diferença significativa” entre o atentado contra ele e o incidente envolvendo Marçal.
Segundo o ex-presidente, Marçal conhecia o agressor e “provocou” a situação. Bolsonaro ainda lembrou o período de recuperação que enfrentou após a facada e chegou a exibir as cicatrizes resultantes do ataque.
O ex-presidente aproveitou o momento para reforçar seu apoio à candidatura de Ricardo Nunes, que, apesar de contar com o respaldo formal do PL, ainda enfrenta dificuldades para conquistar o eleitorado bolsonarista mais alinhado com o discurso de Pablo Marçal.
“Por ocasião de um debate aí em São Paulo, dois candidatos se desentenderam. Um provocou o outro no limite, e o provocado, não resistindo, foi pra cima do outro e deu-lhe uma cadeirada. Condeno a cadeirada e condeno a provocação também, feita de forma vil. Agora, o que me deixou chocado nesse episódio é que o elemento que levou a cadeirada, que provocou, foi para as mídias sociais e comparou aquela cadeirada ao tiro no (Donald) Trump e à facada que eu levei em setembro de 2018“, destacou Bolsonaro.
Ao final de seu pronunciamento, Bolsonaro afirmou que, se fosse eleitor em São Paulo, votaria em Nunes, deixando claro seu posicionamento na disputa.
Em resposta, Marçal relembrou uma declaração anterior de Bolsonaro, na qual o ex-presidente afirmou que Ricardo Nunes não era o “candidato dos sonhos”, mas classificou Marçal como “inteligente” e com “suas virtudes”.