Após retaliações, Trump aumenta tarifas para 104% e deixa todo mundo embasbacado

A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (8) que a nova tarifa de 104% sobre produtos chineses passará a valer a partir desta quarta-feira (9). A decisão vem após a China manter sua postura de retaliação econômica, mesmo diante do prazo-limite imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A confirmação foi feita pela secretária de imprensa Karoline Leavitt, em entrevista à emissora Fox Business. Segundo ela, a medida segue o cronograma estipulado pelo governo americano diante da ausência de resposta favorável por parte de Pequim.

Escalada tarifária

O impasse ganhou força nas primeiras horas do dia, quando Trump publicou em sua rede social que aguardava um contato da liderança chinesa para tratar das tarifas.

A ligação, no entanto, não ocorreu. Em resposta, autoridades chinesas reforçaram que não abrirão mão de responder às medidas unilaterais de Washington, apesar de reconhecerem que “em uma guerra comercial, todos perdem”.

A imposição da tarifa de 104% é o desfecho de uma série de anúncios feitos desde o início de abril, dentro do plano americano de tarifas recíprocas. No dia 2, Trump já havia elevado as taxas de importação da China para 54%, combinando encargos anteriores e novos acréscimos.

Com a retaliação chinesa de 34% sobre produtos americanos, os EUA anunciaram uma última rodada de 50% adicionais, que eleva a taxa total para 104%.

Como a tarifa de 104% foi construída

  • 10% iniciais já eram cobrados anteriormente;
  • +10% adicionais foram impostos no início de fevereiro;
  • +34% entraram em vigor no dia 2 de abril;
  • +50% extras foram anunciados após a retaliação chinesa, totalizando os 104% atuais.

Mercados reagem com instabilidade

O aumento das tensões entre EUA e China tem provocado volatilidade nos mercados financeiros. O temor é que o embate comercial se intensifique, afetando cadeias produtivas globais e desacelerando economias em diferentes continentes.

Na manhã desta terça-feira, os mercados internacionais ainda operavam em terreno positivo, com expectativas de uma possível trégua. A confirmação do novo pacote tarifário, no entanto, inverteu o humor dos investidores.

  • As principais bolsas da Ásia e Europa fecharam em alta, antes da confirmação das tarifas.
  • Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street abriram com ganhos expressivos, mas passaram a oscilar no início da tarde.
  • No Brasil, o Ibovespa perdeu força e passou a operar no campo negativo, enquanto o dólar comercial voltou a ultrapassar os R$ 6, por volta das 14h.

Canais de negociação ainda abertos

Apesar da escalada, a Casa Branca informou que mantém diálogo com outras nações para minimizar os impactos da política tarifária. De acordo com o governo americano, cerca de 70 países já procuraram Washington para discutir acordos bilaterais.

A imposição de tarifas adicionais pela gestão Trump tem sido justificada como parte de uma estratégia para corrigir desequilíbrios comerciais históricos, sobretudo com a China, maior parceiro econômico dos EUA.

Panorama futuro

Especialistas ouvidos por agências internacionais avaliam que o impacto das novas tarifas será perceptível em preços de insumos, eletrônicos e bens de consumo.

Também se espera que empresas com forte exposição à cadeia de suprimentos chinesa revisem seus planos de produção e investimento.

Em meio à tensão, o cenário permanece instável. Com a tarifa em vigor e o impasse diplomático mantido, analistas veem poucas chances de alívio no curto prazo, a não ser que uma nova rodada de negociações seja formalizada.

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