Após pedidos de brasileiros, SUS vai tratar nova doença infantil

O Sistema Único de Saúde (SUS) passará a ofertar três novos medicamentos para o tratamento da dermatite atópica, condição crônica e inflamatória da pele que afeta especialmente crianças.

As medidas foram oficializadas por meio de portarias publicadas pelo Ministério da Saúde no Diário Oficial da União nesta terça-feira (27).

A incorporação das substâncias tacrolimo, furoato de mometasona (ambas de uso tópico) e do medicamento oral metotrexato amplia as possibilidades terapêuticas e representa um avanço na atenção integral a pacientes com a doença na rede pública.

A recomendação foi feita pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), após avaliação técnica e científica.

“É fundamental oferecer alternativas terapêuticas que vão além da medicação já disponível, especialmente para quem enfrenta formas mais severas da dermatite”, afirma Fernanda De Negri, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde.

Estigmas sociais associados às marcas visíveis na pele também estão no foco das políticas públicas, já que o preconceito pode gerar exclusão, principalmente em crianças em idade escolar. Segundo De Negri, há relatos de abandono escolar e impacto na qualidade de vida dos pacientes.

Entenda a dermatite atópica

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De natureza não contagiosa, a dermatite atópica é uma doença genética e crônica, caracterizada por coceiras intensas, ressecamento da pele e inflamações, afetando áreas como dobras dos cotovelos, atrás dos joelhos e pescoço.

Trata-se de uma das formas mais comuns de eczema, com maior incidência na infância, mas que também pode aparecer em outras fases da vida.

Atualmente, o SUS já disponibiliza outras três opções para o tratamento: as pomadas dexametasona e acetato de hidrocortisona (ambas de baixa potência), além da ciclosporina, indicada em casos mais graves.

Com a ampliação, pacientes que apresentam resistência aos corticosteroides, efeitos adversos ou limitações no uso prolongado desses produtos terão novas alternativas eficazes e seguras.

Alta demanda e impacto na rede pública

Entre 2024 e 2025, o SUS registrou mais de 500 mil atendimentos ambulatoriais e mil internações relacionadas à dermatite atópica. O tratamento oferecido envolve consultas especializadas, exames dermatológicos e prescrição de medicamentos adequados ao estágio da doença.

Como iniciar o tratamento gratuito

O acesso ao tratamento ocorre a partir da Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Após avaliação clínica, o paciente pode ser encaminhado a um dermatologista para diagnóstico preciso e definição da conduta terapêutica. A assistência é garantida pela rede pública e abrange desde casos leves até quadros graves.

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