Ana Castela pode sofrer prejuízo milionário após receber novo processo

A Justiça do Paraná julgou nesta terça-feira (13), na 7ª Vara Cível de Londrina, um processo de grandes proporções que coloca em lados opostos o empresário Agesner Monteiro da Silva e a cantora Ana Castela, junto de seus atuais gestores.

A ação questiona a validade de um contrato firmado em 2021, no qual Agesner afirma ter feito investimentos expressivos para o lançamento da carreira da artista. Segundo a defesa do empresário, o prejuízo ultrapassa os R$ 200 milhões.

O contrato discutido foi assinado em abril de 2021 com os empresários Rodolfo Bomfim Alessi e Raphael José Soares, e contou com a anuência dos pais da cantora, Rodrigo e Michele Castela. O acordo previa um aporte inicial de R$ 100 mil, com pagamento imediato de R$ 20 mil.

No entanto, Agesner afirma ter desembolsado valores superiores a R$ 200 mil, considerando despesas com assessoria de imprensa, marketing, produção musical, shows e convidados como DJ Lucas Beat e Melody, entre outros custos operacionais.

Um dos principais investimentos foi na faixa “Pipoco”, que alavancou a popularidade da cantora no cenário sertanejo.

O contrato também estipulava a divisão de lucros: 30% para Ana, 25% para cada empresário e 20% para Agesner. Havia ainda previsão de recebimento vitalício de lucros oriundos de contratos assinados até abril de 2027 e uma cláusula penal de R$ 5 milhões em caso de rompimento contratual.

Ruptura e acusações de fraude

De acordo com o empresário, os repasses cessaram em setembro de 2022. A partir de então, ele teria sido excluído das decisões sobre a carreira da artista. Segundo a defesa, o afastamento foi feito de forma unilateral, sem negociação prévia, com o envio de uma notificação extrajudicial que ele considera fraudulenta.

A ação também questiona a criação da empresa AgroPlay Ltda e de outras marcas associadas, como AgroPlay Records, Boiadeira Music e Fazendinha Records, que, segundo o autor, teriam sido estruturadas para centralizar os rendimentos da cantora e ocultar informações financeiras a que ele teria direito. Ele afirma ainda que Ana Castela só teria sido incluída no quadro societário da AgroPlay após o início do processo.

Agesner pede à Justiça que reconheça a validade do contrato original, a participação proporcional nos lucros até 2027, o pagamento de indenizações por danos materiais e morais, a aplicação da multa contratual e a anulação da notificação emitida pelos empresários da artista.

Também solicita envio de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para investigação de possível falta ética do advogado Fernando Buono, que representa Ana Castela e a AgroPlay.

“Acreditava no talento dela”

Em vídeos nas redes sociais, Agesner relembra que conheceu Ana Castela em Londrina e decidiu investir em sua trajetória artística por enxergar nela carisma e talento. “Eu via nela um potencial enorme, acompanhava os shows com minha equipe, agia com zelo, como um pai faria”, afirmou.

O empresário acusa os gestores atuais da carreira da cantora de agirem com ganância e deslealdade. “Era pandemia, ninguém tinha recursos. Eu entrei com a menor participação nos lucros e mesmo assim fui deixado de lado”, disse.

Ele calcula que Ana Castela já tenha movimentado cerca de R$ 1 bilhão com sua carreira, o que lhe garantiria direito a um retorno entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões.

Apesar da disputa, ele afirma manter um sentimento afetuoso pela artista. “Sempre tivemos uma relação como a de pai e filha. Espero que tudo se resolva.”

A audiência estava prevista para 14h desta terça-feira (13) em Londrina. O resultado ainda não tinha sido debatido na mídia até a publicação desta matéria. O advogado Fernando Buono e a AgroPlay foram consultados, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.

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