Airbnb vai passar por reformulação e virar rede social

O Airbnb, conhecido mundialmente por conectar viajantes a anfitriões, está se preparando para uma mudança de rota. De acordo com o CEO da empresa, Brian Chesky, o objetivo é transformar a plataforma em algo mais do que um serviço de hospedagem.

Dessa forma, ela passará a funcionar como uma rede social com experiências no mundo físico, baseada em interações reais e personalizadas.

Plataforma propõe novo ecossistema de experiências presenciais

Em entrevista recente ao podcast Decoder, publicada pelo portal The Verge, Chesky detalhou o novo posicionamento da marca.

A proposta é fazer do Airbnb uma espécie de ecossistema de encontros humanos, onde usuários possam compartilhar vivências, habilidades e tempo, criando relações que extrapolam o simples aluguel de uma casa ou quarto.

A mudança se baseia em dados de pesquisas internas, nas quais os usuários afirmaram buscar mais do que um lugar para dormir. Muitos deles preferem não cozinhar, mesmo em imóveis com estruturas completas, o que abriu espaço para a oferta de serviços adicionais, como chefs, fotógrafos e massoterapeutas.

De app de hospedagem a assistente pessoal de viagem

A nova proposta transforma o Airbnb em algo mais próximo de um concierge digital. A ideia é que o usuário, além de escolher a hospedagem, possa contratar experiências e serviços complementares — como aulas de culinária, roteiros personalizados com guias locais ou sessões de fotografia profissional.

“Acreditamos que as pessoas querem se encontrar pessoalmente, criar memórias e aprender umas com as outras”, afirmou Chesky. “Estamos desenhando o Airbnb para ser uma ferramenta de conexão humana.”

Um novo papel para anfitriões e celebridades

Com essa mudança, o anfitrião deixará de ser apenas quem oferece o espaço. Ele poderá atuar como um facilitador de experiências, oferecendo seu conhecimento local ou habilidades profissionais para enriquecer a estadia dos hóspedes.

Também estão previstas experiências conduzidas por celebridades, com oficinas, tours ou atividades culturais conduzidas por nomes conhecidos ou especialistas locais.

Inteligência artificial impulsiona a personalização

A inteligência artificial terá um papel central nessa nova fase do Airbnb. Segundo Chesky, a tecnologia vai ajudar a criar recomendações mais precisas, baseadas em interesses, histórico de viagens e preferências individuais dos usuários.

O CEO reforça, no entanto, que a adoção da IA será feita com responsabilidade. “Tecnologia deve aproximar as pessoas, não isolá-las. Nosso compromisso é usar a IA para fomentar relações mais humanas”, pontuou.

Turismo repensado e desafios à vista

A reformulação acontece em um momento em que o setor de turismo busca novas formas de se reinventar, após os impactos da pandemia.

A valorização de experiências autênticas, ligadas à cultura local, vem crescendo — e o Airbnb aposta nisso como seu grande diferencial frente às redes hoteleiras tradicionais.

Especialistas observam o movimento com atenção. Embora a diversificação de serviços possa agregar valor, a empresa também terá de lidar com regulamentações específicas, padrões de qualidade e protocolos de segurança para garantir boas experiências a todos os envolvidos.

A aceitação dos usuários será determinante. A plataforma pretende continuar sendo uma opção eficiente para quem busca apenas hospedagem, mas espera atrair também quem deseja algo além da estadia: encontros significativos e experiências únicas.

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