Acidente desastroso na natureza deixa pesquisadores em choque

Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, identificaram uma extensa rede de fraturas geológicas no interior da Placa do Pacífico, considerada a maior entre as placas tectônicas do planeta.

O achado altera premissas até então consolidadas sobre a forma como essas estruturas se fragmentam e interagem com o manto terrestre.

A investigação utilizou modelos computacionais avançados e dados acumulados ao longo de décadas. O mapeamento revelou rachaduras que percorrem centenas de quilômetros de extensão e atingem profundidades de até milhares de metros — e o mais surpreendente: localizadas no interior da placa, e não em suas bordas, como é mais comum.

A Placa do Pacífico cobre uma vasta área do oceano e se estende desde o Japão até o Havaí, e da Nova Zelândia à costa da Austrália.

O comportamento dessa estrutura tem impacto direto em atividades sísmicas, vulcânicas e até na formação de tsunamis. Os dados foram publicados na revista Geophysical Research Letters.

Mudança na compreensão das placas tectônicas

Até então, os cientistas acreditavam que os principais desgastes nas placas tectônicas ocorriam apenas nas zonas de subducção, áreas de colisão entre placas onde ocorrem os terremotos mais intensos.

As novas evidências, no entanto, indicam que o interior das placas também pode sofrer deformações significativas. Os pesquisadores compararam a placa a uma “toalha de mesa” esticada: sob tensão, os pontos frágeis se rompem.

Segundo os cientistas, o movimento da placa em direção ao manto terrestre pode estar entre as causas das rachaduras, mas também não se descarta a influência de atividades sísmicas ou vulcânicas associadas.

Impactos práticos ainda são incertos

Embora a descoberta traga avanços na geociência, os efeitos imediatos sobre a vida cotidiana são limitados.

O professor Felipe Toledo, do Instituto de Oceanografia da USP, afirma que essas transformações ocorrem em uma escala geológica, o que significa que suas consequências diretas para os humanos são mínimas no curto prazo.

“No horizonte da nossa vida, o que pode ocorrer são tremores de terra ou alguma atividade vulcânica. Transformações maiores nas placas ou nos continentes, não”, afirmou Toledo ao Jornal da USP em 2024.

Já o professor Luigi Jovane, também da USP, alerta para a possibilidade de tsunamis. “Embora as falhas estejam longe de áreas habitadas, elas podem gerar ondas que se deslocam por todo o Oceano Pacífico, com capacidade de atingir regiões litorâneas distantes”, explicou.

A descoberta reforça a necessidade de monitoramento constante das placas oceânicas e pode ajudar a refinar modelos preditivos sobre terremotos e tsunamis no futuro.

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