Polo cai de preço e pode ser a grande oportunidade de mercado de 2025
Redução de impostos promete mexer com o mercado automotivo a partir desta sexta-feira (11), quando entra em vigor o Programa Carro Sustentável, iniciativa do governo federal que busca promover veículos menos poluentes, mais seguros e produzidos no Brasil.
O foco da medida está em estimular a transição para uma frota nacional mais limpa, aliada à inovação tecnológica e à sustentabilidade industrial.
A estratégia prevê a isenção total do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos que atendam a critérios ambientais e estruturais bastante específicos. Para conquistar o benefício, um carro precisa, entre outros requisitos, emitir no máximo 83 g/km de CO2 e ser fabricado majoritariamente com materiais recicláveis.
Volkswagen puxa fila com descontos, mesmo fora dos critérios máximos
A Volkswagen foi a primeira montadora a anunciar cortes significativos nos preços de modelos de entrada. O Polo Track, por exemplo, caiu de R$ 96 mil para R$ 88 mil, e a Saveiro teve queda semelhante, mesmo não atendendo ao limite de emissões exigido para a isenção total do imposto.
Outros veículos da marca também tiveram reajustes para baixo. O T-Cross de entrada, por exemplo, ficou R$ 10 mil mais barato. As versões topo de linha do Virtus e do Nivus também apresentaram reduções, embora ainda emitam mais de 90 g/km de CO2.
Apesar disso, os cortes foram bem recebidos pelo público, ainda que haja dúvidas sobre quais modelos realmente se enquadram nos critérios de “carro sustentável”.
Até o momento, a empresa não detalhou tecnicamente as justificativas para os descontos, o que gerou críticas sobre um possível uso marqueteiro da nova política.
Carros mais próximos da meta ambiental
Atualmente, poucos modelos brasileiros chegam perto da marca exigida de 83 g/km de CO2. Os mais próximos da meta são:
- Chevrolet Onix Plus – 85 g/km
- Renault Kwid – 87 g/km
- Fiat Mobi (a álcool) – 91 g/km
- Volkswagen Polo – 92 g/km
- Hyundai HB20 – 93 g/km
A expectativa do setor é que, para cumprir os critérios da nova política, as montadoras apostem em motores híbridos ou modelos movidos exclusivamente a etanol, como o Fiat Mobi e Argo a álcool, que despontam como alternativas viáveis.
Programa Carro Sustentável: entenda as exigências
O novo programa não é simples de interpretar. Abaixo, os principais critérios para que um veículo zere o IPI:
- Emissão máxima de CO2: até 83 g/km, segundo o ciclo do Inmetro;
- Composição da estrutura: no mínimo 80% de materiais recicláveis;
- Produção nacional: carroceria, pintura, montagem final e motor devem ser feitos no Brasil ou no Mercosul;
- Classificação obrigatória: o veículo precisa ser compacto.
Além disso, o IPI será ajustado conforme o desempenho ambiental e técnico do veículo. Ou seja, carros mais poluentes pagarão mais imposto, enquanto modelos mais eficientes terão bonificações fiscais.
Impactos econômicos e industriais esperados
Especialistas projetam que o Programa Carro Sustentável deve incentivar a engenharia nacional, atrair investimentos para reindustrialização verde e ampliar o acesso da população a carros mais econômicos e modernos.
Espera-se também um avanço na geração de empregos, tanto no setor automotivo quanto em cadeias produtivas ligadas à sustentabilidade.
O credenciamento das montadoras será feito junto ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Após a análise técnica, será publicada uma portaria com os modelos aprovados, e a comercialização com desconto poderá começar imediatamente.
Apesar da complexidade técnica das regras, o movimento já começou a gerar mudanças visíveis no mercado — e, para o consumidor final, o reflexo mais direto é a queda nos preços.