Governo emite alerta vermelho para 2.600 cidades

Um levantamento do AdaptaBrasil, plataforma do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), revela que mais de 2.600 municípios brasileiros enfrentam riscos altos ou muito altos de desastres naturais como enchentes, secas e deslizamentos.

Diante desse cenário, especialistas alertam para a urgência de planos de adaptação climática que protejam populações vulneráveis e reduzam impactos ambientais.

Ameaças climáticas e a necessidade de adaptação

Com o aumento da frequência e intensidade de eventos extremos, cidades precisam:

  • Mapear vulnerabilidades locais
  • Elaborar estratégias de prevenção
  • Implementar ações concretas, como infraestrutura resiliente e políticas públicas

“Adaptação significa ajustar sistemas humanos e naturais para reduzir impactos, especialmente nas comunidades mais afetadas”, explica Pedro Ivo Camarinha, pesquisador do Cemaden.

Projeto AdaptaCidades: planejamento em escala nacional

Lançado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), o programa visa auxiliar municípios a criar planos de adaptação climática. Inicialmente, 260 cidades seriam atendidas, mas a demanda subiu para mais de 500, incluindo:

  • 206 municípios do Rio Grande do Sul, devastado por chuvas recentes
  • Cidades do Espírito Santo e Rio Grande do Norte, que adotarão planos estaduais

“O objetivo é capacitar gestores, fornecer dados de risco e orientar busca por financiamento”, afirma Inamara Santos Mélo, do MMA.

Exemplos inspiradores

  • Recife (PE): Parque Capibaribe combate ilhas de calor e amplia áreas verdes
  • Santos (SP): Reocupação segura de morros e criação de hortas comunitárias
  • ProMorar: Projeto com R$ 2 bi do BID para contenção de encostas e drenagem

Desafios: do papel à prática

Apesar dos avanços, especialistas apontam obstáculos:

  • Falta de orçamento e priorização política
  • Dificuldade em monitorar resultados
  • Ilhas de calor urbanas, muitas vezes negligenciadas em planos diretores

“São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba têm propostas, mas a implementação esbarra em recursos limitados e outras prioridades”, analisa Érico Masiero, da UFSCar.

Soluções integradas

Para reduzir riscos, especialistas defendem:

  • Revisão de planos diretores com foco em vegetação e corpos d’água
  • Urbanização sustentável, evitando materiais que retêm calor
  • Políticas de longo prazo além de respostas emergenciais

Enquanto as medidas de mitigação (redução de emissões) avançam, a adaptação climática surge como prioridade urgente para proteger vidas e economias locais.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.