Praia brasileira mundialmente reconhecida está começando a sumir
A Praia de Copacabana, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro e símbolo internacional do Brasil, enfrenta um cenário alarmante. Um estudo recente aponta que a faixa de areia da praia encolheu em cerca de 10% nos últimos dez anos, devido ao avanço da erosão costeira.
Em áreas críticas, a perda chega a 85%, o que já impacta diretamente o turismo, a economia local e a segurança ambiental da região.
Satélites revelam perda significativa de areia
Imagens de satélite analisadas por especialistas da Coppe/UFRJ, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, confirmam que a praia vem sofrendo um encolhimento progressivo.
Na região próxima à Avenida Princesa Isabel, a faixa de areia, que antes era de 164 metros, foi reduzida para apenas 109 metros. Mais preocupante ainda é a área nas proximidades da Rua Miguel Lemos, onde a largura da praia caiu de 25 metros para apenas 4 metros.
Causas da erosão: maré em elevação e urbanização excessiva
O levantamento aponta como principais responsáveis a elevação do nível do mar, que subiu 4,5% na última década, e a frequência crescente de ressacas provocadas por mudanças climáticas.
Outro agravante é a interferência urbana, que alterou o fluxo natural dos sedimentos e comprometeu a capacidade da praia de se regenerar.
Além disso, a ausência de soluções estruturais flexíveis e o crescimento desordenado da cidade ao redor da orla comprometem ainda mais a capacidade de recuperação do ambiente costeiro.
Exemplo global: como outras cidades combatem a erosão
Enquanto Copacabana segue sem medidas eficazes de contenção, cidades litorâneas em outros países têm adotado estratégias bem-sucedidas.
Em Miami Beach, nos Estados Unidos, o processo de “engorda” da praia é realizado desde os anos 1970, aumentando artificialmente a largura da faixa de areia em até 60 metros.
Na Austrália, a cidade de Gold Coast investe em redistribuição de sedimentos, enquanto nas Maldivas, barreiras submersas minimizam o impacto das ondas.
Falta de planejamento deixa o Brasil em desvantagem
A última grande intervenção realizada em Copacabana ocorreu há mais de meio século, quando a praia foi artificialmente ampliada em 55 metros. Desde então, nenhuma nova obra estruturante foi implementada, mesmo diante de sinais evidentes de degradação.
Especialistas alertam que, sem um plano nacional de gestão costeira eficiente, a praia corre o risco de sofrer perdas irreversíveis.
Turismo em risco e futuro incerto
A retração da faixa de areia afeta não apenas o visual da praia, mas também atividades comerciais, a recepção de turistas e a realização de grandes eventos que tradicionalmente ocupam o espaço, como o Réveillon de Copacabana.
Com o colapso ambiental se aproximando, a necessidade de investimento em infraestrutura costeira e ações preventivas se torna cada vez mais urgente.