Cartões de crédito estão prestes a ser removidos do Brasil

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos lançado pelo Banco Central, entra em uma nova fase de evolução em 2025. Com o surgimento de funcionalidades como o Pix Garantido, Pix Automático, Pix por Aproximação e Pix Offline, o recurso avança em direção a uma nova era de inclusão financeira, praticidade e concorrência entre instituições.

Na avaliação do economista e professor da Saint Paul Escola de Negócios, Mauricio Godoi, as mudanças sinalizam uma transformação profunda no setor bancário brasileiro. Ele participou de grupos técnicos no Senado e acompanhou de perto os desdobramentos desde o início da operação do Pix, em 2020.

“Estamos diante de um sistema que pode substituir o cartão de crédito e redesenhar o acesso ao crédito no país”, afirma Godoi em entrevista ao site Exame.

O que é o Pix Offline e quando entra em operação?

De acordo com Godoi, o Pix Offline será a última etapa de uma série de avanços tecnológicos. Antes dele, o Pix por Aproximação, lançado em fevereiro, já está em processo de implementação e deverá estar presente em todos os terminais de pagamento até setembro.

O Pix Offline permitirá transações mesmo na ausência de conexão com a internet, tanto para o pagador quanto para o recebedor.

Entre os métodos de autenticação estão biometria, reconhecimento facial, Bluetooth, NFC e QR Code estático. O lançamento oficial está previsto para novembro.

Como o Pix Offline pode beneficiar o consumidor?

Para Godoi, a grande vantagem é a inclusão de quem vive em regiões com baixa conectividade. Ele explica que será possível definir um limite de segurança, por exemplo, R$ 200, para ser usado em transações mesmo sem conexão.

“Imagine alguém correndo na rua que decide parar numa padaria, mas está sem celular ou cartão. Com o Pix Offline, ele consegue pagar usando apenas a biometria. Assim que a internet for restabelecida, o valor é debitado”, exemplifica o economista.

Quais são os desafios para a adoção em larga escala?

A compatibilidade entre sistemas bancários e a necessidade de ajustes nas infraestruturas são pontos críticos. “As grandes instituições ainda estão ajustando suas tecnologias. No início do Pix, muitos bancos enfrentaram instabilidade, enquanto as fintechs avançaram mais rápido”, lembra Godoi.

Pix Garantido: o substituto do cartão de crédito?

O Pix Garantido surge como uma alternativa ao tradicional crédito parcelado do cartão. A ideia é simples: o banco assegura o pagamento ao lojista, e o consumidor quita a dívida em parcelas com o próprio banco, sem intermediação de bandeiras como Visa ou Mastercard.

“A concorrência no crédito vai aumentar. Bancos menores e fintechs passam a competir de igual para igual. O custo cai para o lojista e para o consumidor. As maquininhas de cartão podem se tornar obsoletas”, avalia Godoi.

O que muda para o lojista e o consumidor?

Na prática, o lojista ganha autonomia. Ele poderá transferir créditos, pagar fornecedores e usar os recebíveis como garantia de financiamento. Já para o consumidor, o formato da compra não muda — o que muda é o sistema por trás, agora mais ágil, menos custoso e com mais opções de crédito.

Pix Automático: fim do boleto e do débito automático?

Previsto para entrar em vigor em 16 de junho, o Pix Automático vai permitir que consumidores agendem pagamentos recorrentes, como mensalidades escolares ou academias. A novidade substitui boletos e débito automático, com menos burocracia e maior controle para o usuário.

“As empresas vão reduzir custos com emissão de boletos e inadimplência. Para o consumidor, é um mecanismo que traz conveniência e reduz o risco de ter o nome negativado por esquecimento de pagamento”, conclui Godoi.

Com tantas mudanças à vista, o Pix caminha para se tornar mais do que um meio de pagamento. Pode, de fato, redesenhar as bases do sistema financeiro brasileiro, colocando bancos, fintechs e consumidores em novos papéis dentro da economia digital.

Com informações do site Exame.

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