Brasil fecha parceria com a China e vai vacinar todo mundo contra a dengue

A vacina brasileira contra a dengue, desenvolvida integralmente pelo Instituto Butantan, será produzida em larga escala na China, conforme anunciou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante visita oficial ao país asiático.

A produção será realizada em parceria com a empresa WuXi Biologics, como parte do Programa de Desenvolvimento Local e Inovação (PDIL) do Ministério da Saúde. Segundo Padilha, o avanço da parceria permitirá que o Brasil implemente “o maior programa de vacinação pública contra a dengue”.

A transferência de tecnologia já está em curso e, com o apoio da infraestrutura industrial chinesa, a expectativa é que o imunizante esteja disponível para a população brasileira em tempo recorde.

Além da vacina contra a dengue, o Brasil firmou novos acordos estratégicos na área da saúde, incluindo a produção nacional de insulina glargina, em colaboração com a Fiocruz, a empresa brasileira Biomm e a chinesa Gan & Lee. A meta é alcançar, ainda em 2025, a marca de 20 milhões de unidades produzidas.

Outro destaque é o investimento na instalação de “hospitais inteligentes”, com foco em tecnologias como inteligência artificial e cirurgia robótica. O objetivo é modernizar a infraestrutura hospitalar em várias regiões do país, promovendo eficiência, precisão e ampliação no acesso a serviços de saúde de alta complexidade.

Novas frentes de cooperação

Entre os novos memorandos assinados está a criação do iBRID (Instituto Brasil-China para Inovação em Biotecnologia e Doenças Infecciosas e Degenerativas).

A iniciativa une a biofarmacêutica brasileira Eurofarma e a chinesa Sinovac Biotech, e tem como meta acelerar o desenvolvimento de medicamentos e fortalecer a capacidade de exportação do Brasil para as Américas e a África.

“Estamos construindo uma base sólida para autonomia tecnológica e produtiva na saúde, com capacidade de exportar inovação a partir do Brasil”, afirmou Padilha.

Para ele, essa é uma estratégia fundamental para ampliar o acesso a tratamentos e reduzir a dependência de insumos importados.

Um segundo acordo prevê a produção nacional de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) por meio da Nortec Química S.A., com transferência de tecnologia das empresas chinesas Aurisco, Acebright e Goto Biopharm.

A proposta é aumentar a produção de IFAs sintéticos para até 500 toneladas anuais, contribuindo para a autossuficiência do Sistema Único de Saúde (SUS).

A cooperação também se estende ao setor de diagnóstico por imagem. Uma parceria com fabricantes chinesas, incluindo a Careray e o Shantou Institute of Ultrasonic Instruments, vai viabilizar a produção local de equipamentos de ultrassom e raios-X, com foco em custo reduzido e maior qualidade dos exames.

As iniciativas fazem parte da estratégia do governo brasileiro de fortalecer o complexo econômico-industrial da saúde, ampliar o acesso à inovação e consolidar parcerias internacionais em áreas estratégicas.

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.