Governo toma medida drástica sobre o PCC e o Comando Vermelho

Durante uma reunião diplomática realizada em Brasília, o governo brasileiro rejeitou formalmente uma proposta dos Estados Unidos para reconhecer as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas.

A sugestão foi apresentada por uma comitiva norte-americana liderada por David Gamble, chefe interino de sanções do Departamento de Estado.

A proposta norte-americana permitiria a aplicação de sanções mais severas contra os dois grupos com base na legislação antiterrorismo dos EUA.

De acordo com Gamble, investigações do FBI apontam a atuação das facções em pelo menos 12 estados americanos, incluindo Nova York, Flórida e Nova Jersey, com foco em lavagem de dinheiro realizada por meio de brasileiros que viajam ao país.

Posição brasileira prioriza distinção jurídica

O posicionamento do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi claro: o Brasil não enquadra facções criminosas como terroristas, uma vez que suas ações são movidas por interesse econômico, e não por motivação ideológica — um critério essencial, segundo a legislação nacional, para a classificação de terrorismo.

Durante o encontro, representantes dos ministérios das Relações Exteriores, da Justiça e Segurança Pública e da Polícia Federal reforçaram que o país já adota ações firmes contra o crime organizado.

Entre elas, destacam-se o isolamento de líderes em presídios federais de segurança máxima e operações integradas com polícias estaduais e Ministérios Públicos.

Contexto político e especulações

A reunião também foi marcada por especulações políticas. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) havia divulgado previamente que a vinda de Gamble teria como pano de fundo a intenção de impor sanções internacionais ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

No entanto, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que também esteve com membros da delegação americana, afirmou que esse assunto não foi tratado no encontro oficial.

A iniciativa dos Estados Unidos evidencia uma preocupação crescente com a atuação transnacional das facções brasileiras, mas encontra resistência institucional por parte do Brasil, que prefere manter a autonomia jurídica sobre como tipificar e combater o crime organizado dentro e fora de seu território.

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