Fraude no Caixa Tem é descoberta e polícia prende 23 pessoas
A Polícia Federal deflagrou uma operação de grande escala para desmantelar uma rede criminosa envolvida em fraudes contra benefícios sociais distribuídos por meio do aplicativo Caixa Tem, utilizado por milhões de brasileiros para acessar auxílios do governo federal.
Batizada de Operação Farra Brasil 14, a ação, que ocorreu na manhã na terça-feira (15), cumpriu 23 mandados de busca e apreensão em sete cidades do estado do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Macaé e Rio das Ostras. Participaram da operação cerca de 80 agentes federais.
A Justiça Federal também determinou medidas cautelares contra 16 pessoas investigadas, que passam a ter restrições de contato entre si e estão proibidas de acessar agências da Caixa Econômica Federal.
Fraudes contavam com apoio de funcionários da Caixa e lotéricos
As investigações indicam que o esquema envolvia servidores da Caixa e operadores de casas lotéricas, que recebiam pagamentos ilícitos para permitir o acesso indevido a contas sociais de terceiros.
Os criminosos agiam principalmente contra beneficiários de programas sociais do governo, mas também conseguiram fraudar valores do FGTS e do Seguro Desemprego.
A apuração é resultado do trabalho conjunto entre a Coordenação de Repressão a Fraudes Bancárias Eletrônicas da PF, a Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção a Fraude (CEFRA) e a Corregedoria Regional da Caixa no estado do Rio de Janeiro.
Prejuízo ultrapassa os R$ 2 bilhões
De acordo com informações da Caixa Econômica Federal, desde o lançamento do aplicativo Caixa Tem, em abril de 2020, foram registradas cerca de 749 mil contestações, resultando em um ressarcimento superior a R$ 2 bilhões.
Os investigados podem responder por organização criminosa, furto qualificado, corrupção ativa e passiva e inserção de dados falsos em sistema de informação. As penas combinadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
Caixa e PF mantêm cooperação
Em nota oficial, a Caixa Econômica afirmou colaborar com os órgãos de segurança pública em ações contra fraudes e golpes financeiros. A instituição reforçou que as informações coletadas são tratadas de forma sigilosa e compartilhadas exclusivamente com a Polícia Federal e autoridades competentes.
A PF informou que as investigações continuam, com o objetivo de identificar outros envolvidos e ampliar o conhecimento sobre o alcance da organização criminosa.