Crédito do Trabalhador ganha data para ser liberado. Quem é CLT pode solicitar de graça!
O Crédito do Trabalhador, como foi batizado o programa, oferece juros reduzidos e desconta as parcelas diretamente na folha de pagamento, o que diminui os riscos para as instituições financeiras e amplia o acesso ao crédito formal.
A partir de 25 de abril, trabalhadores com carteira assinada poderão contratar o novo tipo de empréstimo consignado diretamente pelos canais eletrônicos dos bancos, sem a necessidade de intermediação.
O governo estima que 47 milhões de trabalhadores possam ser beneficiados. Inicialmente, as contratações estarão disponíveis apenas pelo aplicativo da Carteira Digital, onde será possível comparar as condições oferecidas por diferentes bancos e financeiras credenciadas.
Como funciona o novo crédito?

Com um modelo semelhante ao consignado tradicional, as parcelas serão descontadas automaticamente via eSocial. A principal diferença é que, agora, a adesão será 100% digital e integrada ao sistema do governo, permitindo maior transparência e controle pelo trabalhador.
O economista Ricardo Buso destaca que o novo crédito pode ser uma opção vantajosa para quem busca refinanciar dívidas com juros elevados. “A taxa menor reduz o custo do endividamento e pode ajudar no planejamento financeiro”, afirma.
A expectativa é que mais de 80 instituições financeiras sejam habilitadas a oferecer o serviço, ampliando a concorrência e possibilitando melhores condições aos trabalhadores.
Autoridades comentam o impacto da medida
Durante o evento de lançamento do programa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a iniciativa como parte de um conjunto de ações para ampliar o acesso ao crédito e fortalecer a economia. “Sem crédito, não há democratização de oportunidades. Um emprego é fundamental, mas associado a educação e crédito justo, pode transformar vidas”, afirmou.
Já o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, ressaltou que a medida visa dinamizar o crédito formal, trazendo benefícios não apenas para assalariados urbanos, mas também para trabalhadores rurais e funcionários de MEIs (Microempreendedores Individuais).
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, comparou a iniciativa com o processo de inclusão financeira ocorrido entre 2003 e 2010. “Esse é um modelo mais inclusivo. Ampliar o acesso ao crédito é essencial para o crescimento econômico”, afirmou.
Especialistas alertam para o uso consciente do crédito
Apesar dos benefícios, economistas recomendam cautela ao contratar o novo empréstimo consignado. A professora de economia do Ibmec Rio de Janeiro, Gecilda Esteves, reforça que o crédito deve ser usado com planejamento. “O endividamento pode ser reduzido com taxas menores, mas é essencial avaliar a capacidade de pagamento e evitar gastos desnecessários”, alerta.
Já Ricardo Buso observa que o atual cenário econômico exige prudência. “Com a taxa Selic em 13,25%, o crédito ainda tem custo elevado. Para quem já possui dívidas caras, pode ser uma alternativa viável, mas não deve ser visto como um incentivo ao consumo desenfreado”, destaca.
A implementação da nova modalidade dependerá da publicação de uma Medida Provisória, que definirá os prazos e condições para o funcionamento pleno do programa.