5 ultraprocessados que não são vilões, segundo a Harvard

Um estudo conduzido pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desafia a ideia de que todos os alimentos ultraprocessados são prejudiciais à saúde. Segundo os pesquisadores, alguns desses produtos podem até contribuir para a redução do risco de infarto e AVC (acidente vascular cerebral).

A pesquisa, publicada na revista The Lancet, analisou dados de aproximadamente 200 mil pessoas e investigou a relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

Os resultados indicam que nem todos os produtos dessa categoria apresentam riscos elevados para a saúde do coração.

O impacto dos ultraprocessados na saúde cardiovascular

Os cientistas utilizaram informações de três grandes estudos de longo prazo, envolvendo enfermeiras e homens adultos de diferentes faixas etárias. Os participantes relataram a frequência com que consumiam diversos tipos de alimentos industrializados, incluindo:

  • Pães e cereais;
  • Molhos e condimentos;
  • Sobremesas e doces embalados;
  • Salgadinhos;
  • Bebidas açucaradas e adoçadas artificialmente;
  • Carnes processadas;
  • Refeições prontas;
  • Iogurtes e sobremesas lácteas;
  • Bebidas destiladas.

Os resultados mostraram que o consumo de carnes processadas, bebidas açucaradas e refrigerantes dietéticos está associado a um maior risco de doenças cardiovasculares.

Por outro lado, certos alimentos ultraprocessados, como pães integrais, cereais matinais e sobremesas lácteas, tiveram um impacto neutro ou até benéfico.

Benefícios inesperados

Os pesquisadores acreditam que os fatores nutricionais desses alimentos explicam os resultados. No caso dos pães integrais e cereais matinais, a presença de fibras, minerais e compostos bioativos pode estar relacionada a um menor risco de AVC.

Além disso, esses produtos frequentemente contêm vitaminas do complexo B, que ajudam a regular os níveis de homocisteína, substância associada a doenças cardiovasculares.

As sobremesas lácteas, mesmo contendo gorduras saturadas e açúcares adicionados, podem oferecer benefícios devido à presença de bactérias probióticas e ácidos graxos específicos, que contribuem para a saúde do coração.

Já as bebidas alcoólicas destiladas, quando consumidas com moderação, apresentaram uma correlação com um menor risco de doença arterial coronariana. Estudos anteriores sugerem que a ingestão controlada de etanol pode ajudar a aumentar os níveis de colesterol bom (HDL) e melhorar a sensibilidade à insulina.

O que essa pesquisa significa para a alimentação?

Os resultados do estudo indicam que, em vez de eliminar todos os ultraprocessados, é essencial avaliar a qualidade nutricional dos produtos consumidos.

Escolher versões mais saudáveis, ricas em fibras, vitaminas e minerais, pode ajudar a reduzir riscos cardiovasculares sem abrir mão da praticidade.

Apesar das descobertas, os especialistas alertam que o excesso de alimentos ultraprocessados ainda pode ser prejudicial, especialmente quando ricos em gorduras trans, açúcares refinados e aditivos artificiais. Assim, manter uma dieta equilibrada e variada continua sendo a melhor estratégia para a saúde do coração.

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