Estado brasileiro é atingido por tsunami e mar avançou de forma súbita

Na madrugada desta segunda-feira (2), moradores de Jaguaruna, no litoral sul de Santa Catarina, foram surpreendidos por um tsunami meteorológico, fenômeno raro e de difícil previsão. De acordo com a Defesa Civil, o evento ocorreu por volta da 1h da manhã, quando o mar avançou de forma abrupta sobre uma extensa área do continente.

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O avanço do mar e suas causas

A estação maregráfica de Balneário Rincão registrou um aumento de 1 metro no nível do mar em poucos minutos. Especialistas apontam que o fenômeno foi desencadeado por uma intensa Linha de Instabilidade, que estava presente na região no momento do ocorrido.

Esse tipo de sistema é formado por tempestades alinhadas, responsáveis por mudanças bruscas na pressão atmosférica e por ventos intensos.

Essas alterações geram pulsos de pressão que se propagam pelo oceano, aumentando a força das ondas à medida que elas chegam ao litoral. O avanço marítimo ocorreu sem indicativos prévios de maré alta ou agitação marítima nos modelos meteorológicos.

O que é um tsunami meteorológico

Também conhecido como meteotsunami, o fenômeno é causado por perturbações na pressão atmosférica, que geralmente estão associadas a tempestades em alto-mar. Essas perturbações criam ondas que se deslocam até a costa e são amplificadas pelas características geográficas do litoral.

Apesar do nome, os tsunamis meteorológicos são diferentes dos tsunamis comuns, que têm origem em terremotos submarinos e provocam ondas gigantes. Os meteotsunamis, por outro lado, são exclusivamente climáticos e, embora menores, podem ser perigosos.

Outros registros no Brasil

Eventos similares já foram observados no litoral sul de Santa Catarina. O mais recente havia ocorrido em novembro do ano passado, em Laguna. Há também registros históricos em outras localidades, como em 2009, nas praias do Pântano e da Armação, e nos anos de 1977 e 2014, na praia do Cassino, no Rio Grande do Sul.

Monitoramento e prevenção

O gerente de monitoramento e alerta da Defesa Civil de Santa Catarina, Frederico Rudorff, destacou que, apesar de raros, esses fenômenos estão geralmente associados à presença de linhas de instabilidade atmosférica. Por serem de difícil previsão, reforça-se a importância de sistemas de monitoramento meteorológico em áreas costeiras.

Embora sem relatos de danos significativos em Jaguaruna, o fenômeno chama a atenção para a necessidade de compreender e monitorar os efeitos das alterações climáticas sobre o litoral brasileiro.

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