Demissão em MASSA na Bosch deixa todos aterrorizados
A Bosch, gigante alemã do setor de eletrônicos e fornecedora de peças e tecnologias para a indústria automobilística, anunciou recentemente a demissão de mais de 5 mil pessoas, com grande parte dos cortes ocorrendo na Alemanha.
Este movimento acirra ainda mais a tensão em um mercado já abalado pela transição para veículos elétricos e a crise no setor automobilístico.
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Anúncio das demissões
Em um comunicado oficial na sexta-feira (22/11), a Bosch revelou a redução de sua força de trabalho em 5,5 mil postos, com mais de dois terços desses cortes concentrados nas unidades da Alemanha. A justificativa dada pela empresa é a adaptação às novas exigências do mercado automobilístico, que passa por uma transformação com a chegada dos veículos elétricos.
Este movimento não foi bem recebido pelos trabalhadores. Frank Sell, chefe do conselho de funcionários da divisão automotiva, considerou os cortes um “tapa na cara” para os funcionários, prometendo resistência à medida.
Setores mais afetados
A Bosch, uma das líderes globais no desenvolvimento de tecnologias automotivas, será profundamente afetada por esses cortes em áreas-chave de sua operação.
- Cross-Domain Computing Solutions: A divisão responsável por sistemas de assistência ao motorista e direção automatizada, chamada Cross-Domain Computing Solutions, sofrerá cortes de cerca de 3,5 mil empregos até 2027.
- Sistemas de direção e fabricação de componentes para veículos: Além da Cross-Domain Computing Solutions, a divisão de sistemas de direção para automóveis e caminhões também passará por uma reestruturação. Em Schwäbisch Gmünd, 1,3 mil postos de trabalho serão eliminados até 2030, representando mais de um terço da força de trabalho local.
- Impacto nas fábricas de Hildesheim e Leonberg: A fábrica de Hildesheim, que se dedica à fabricação de produtos para a eletromobilidade, verá 750 postos de trabalho a menos até 2032, com 600 desses cortes acontecendo até 2026. O impacto também será sentido em unidades como as de Leonberg, Abstatt e Renningen, localizadas no estado de Baden-Württemberg.
Crise no setor automobilístico e suas causas
O mercado automobilístico global enfrenta uma série de desafios, que incluem a transição para os veículos elétricos e uma queda na produção de veículos tradicionais movidos a combustão.
Em 2024, a produção global de veículos estagnou, e o número de carros produzidos deve ter uma leve recuperação no ano seguinte, mas ainda em um cenário de sobrecapacidade, o que pressiona as montadoras a reduzirem custos.
A demanda reduzida por peças de carros elétricos, que exigem menos componentes em comparação aos modelos tradicionais, é uma das principais razões para o corte de postos de trabalho. Além disso, a competição acirrada e a pressão para reduzir os preços tornaram a manutenção de muitas fábricas não sustentável a longo prazo.
Projetos cancelados
Além da eliminação de postos de trabalho, a Bosch também enfrenta dificuldades com relação às suas inovações futuras. Projetos de sistemas de assistência ao motorista e direção automatizada, antes vistos como essenciais para a evolução da indústria, estão sendo adiados ou até mesmo cancelados.
A mudança nos planos dos fabricantes de automóveis, que agora enfrentam um mercado mais competitivo e focado em soluções mais simples e baratas, reflete essa transformação radical.
O que a Bosch planeja para superar a crise?
Em resposta a esse cenário, a Bosch tem adotado estratégias de redução de custos, reorganizando suas divisões e promovendo o acúmulo de funções entre seus trabalhadores, a fim de diminuir o número de funcionários sem comprometer completamente a produção.
Além disso, a empresa busca se adaptar às novas demandas do mercado de veículos elétricos, que exigem menos peças e tecnologias, mas abrem portas para novos negócios relacionados à mobilidade elétrica e sistemas digitais.
A crise no mercado e a transição para veículos elétricos exigem ajustes drásticos, como a redução de custos e a eliminação de postos de trabalho. No entanto, essa transformação também abre caminho para um futuro diferente, onde a Bosch e outras empresas precisam reinventar suas estratégias para sobreviver a uma indústria automotiva em processo de evolução.