6 anos após morte de Marielle, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são condenados
A condenação de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridos em 2018, representa um passo importante para a justiça brasileira.
Seis anos, sete meses e 17 dias após o crime, o Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os dois ex-policiais a penas rigorosas, embora com possibilidade de redução por conta de acordos de delação premiada.
Este caso de grande repercussão mobilizou o Brasil e o mundo, sendo um símbolo da luta contra a impunidade e pela defesa dos direitos humanos.
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O crime e o impacto na sociedade
Marielle Franco e Anderson Gomes foram brutalmente assassinados no bairro do Estácio, Rio de Janeiro. Marielle, uma defensora dos direitos humanos e das causas das minorias, foi alvejada a caminho de casa após participar de um evento. O motorista Anderson Gomes também foi vítima dos disparos, deixando uma família em luto.
O crime chocou a comunidade global e levantou questionamentos sobre segurança pública, corrupção e violência contra defensores de direitos humanos no Brasil. A repercussão atingiu a ONU e diversas organizações, reforçando a necessidade de uma investigação profunda e transparente.
Julgamento dos réus
Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos, foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão. Já Élcio Queiroz, motorista do veículo utilizado no crime, recebeu 59 anos e 8 meses. Ambos foram condenados por duplo homicídio qualificado e por tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle, que sobreviveu ao atentado.
Durante o julgamento, familiares e sobreviventes prestaram depoimentos comoventes, detalhando a dor e as consequências devastadoras do crime. A frieza de Lessa e Queiroz durante os interrogatórios impactou parentes e testemunhas, gerando revolta e tristeza no tribunal.
Delação premiada e possibilidade de redução da pena
Ambos os réus assinaram acordos de delação premiada, possibilitando uma redução nas penas. Lessa poderá cumprir até 18 anos em regime fechado, enquanto Élcio poderá cumprir 12 anos. Esses acordos visam revelar os possíveis mandantes do crime, mas sua validade depende da veracidade e utilidade das informações fornecidas.
Caso os réus quebrem os termos da delação, mentindo ou omitindo fatos, o acordo pode ser anulado. Isso significa que qualquer tentativa de obstrução ou desvio na narrativa poderá comprometer a redução das penas.
Indenizações e responsabilidades
Além das penas de reclusão, os réus foram condenados ao pagamento de indenizações por danos morais às famílias das vítimas, somando mais de R$ 3,5 milhões. Esse valor inclui pensões para os filhos das vítimas e pagamento de custas judiciais.
Embora o valor não traga Marielle e Anderson de volta, as indenizações representam o reconhecimento do sofrimento das famílias e uma tentativa de compensação pela perda inestimável que enfrentaram.
Desafios e persistência para julgamento dos mandantes
Durante o processo, os réus indicaram nomes de supostos mandantes, incluindo figuras influentes. O caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para julgamento. A delação levantou suspeitas sobre indivíduos com foro privilegiado, como o deputado Chiquinho Brazão, tornando o caso mais complexo e desafiador.
A condenação dos executores não encerra o caso. O processo envolvendo os mandantes será fundamental para esclarecer as motivações por trás do crime e garantir que todos os envolvidos sejam devidamente punidos.
A lembrança de Marielle Franco e Anderson Gomes continuará como um símbolo de coragem, justiça e esperança, enquanto o Brasil segue em busca de respostas e justiça para este crime.