Todo banco vai ser obrigado a oferecer nova funcionalidade do Pix

A partir desta sexta-feira (1º), o Pix, sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central, passa a operar com novos mecanismos de segurança que impactam o uso de todos os usuários.

As mudanças incluem limites para transferências em dispositivos não cadastrados e exigências adicionais para instituições financeiras. Abaixo, confira o que muda e como se adaptar às novas regras.

Limites de transferência para dispositivos não cadastrados

Os novos ajustes de segurança determinam que o valor das transferências realizadas em dispositivos desconhecidos – ou seja, aqueles que não foram previamente cadastrados pelo usuário no banco – será limitado a R$ 200 por transação.

Além disso, o total de envios em um mesmo dia por dispositivos não registrados será restrito a R$ 1.000.

Para operações acima desses valores, o usuário deverá cadastrar o aparelho (celular ou computador) junto ao banco, tornando-o reconhecido pelo sistema e sem limitação adicional. Dessa forma, para quem já utiliza o Pix em dispositivos familiares ao sistema bancário, não haverá alterações no uso cotidiano.

Mais segurança contra fraudes

O Banco Central afirma que a decisão de estabelecer novos limites foi tomada com base em estudos e consultas a especialistas do setor financeiro, com o objetivo de reduzir fraudes e golpes relacionados ao Pix.

Segundo o órgão, essas alterações visam reforçar a proteção ao usuário e manter o Pix como uma alternativa segura e acessível para transações financeiras.

Regras para instituições financeiras

As novas exigências também impactam as instituições financeiras, que passam a ser obrigadas a:

  • Implementar sistemas de gerenciamento de risco de fraude, com base nas informações de segurança disponibilizadas pelo Banco Central, para identificar transações Pix atípicas e incompatíveis com o perfil do cliente.
  • Oferecer aos clientes um canal de comunicação eletrônico com orientações de segurança para prevenir fraudes.
  • Realizar uma verificação periódica, ao menos a cada seis meses, para identificar clientes com marcações de fraude na base de dados do Banco Central, permitindo que tratamentos diferenciados sejam aplicados, como bloqueio cautelar e limite de tempo diferenciado para transações.

Pix por aproximação disponível até o fim do ano

Outra novidade anunciada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é a possibilidade de realizar pagamentos por Pix via aproximação, disponível até o final de 2023.

Durante o Lide Forum Conference em Londres, Campos Neto destacou que o Pix será integrado às carteiras digitais (wallets) dos smartphones, facilitando os pagamentos diretamente pelo dispositivo, sem a necessidade de acessar o aplicativo do banco.

A integração inicial deverá ocorrer para dispositivos Android, com negociações ainda em andamento com a Apple para usuários de iOS. Com a nova funcionalidade, o usuário poderá cadastrar sua conta bancária na carteira digital do smartphone, simplificando o processo de pagamento por aproximação.

Pix automático: solução para pagamentos recorrentes em 2024

Em 2024, o Banco Central planeja lançar o Pix automático, que permitirá pagamentos recorrentes de forma semelhante ao débito automático. O recurso é direcionado a cobranças regulares, como contas de serviços públicos, mensalidades escolares e taxas de condomínio, facilitando a gestão de pagamentos contínuos.

Os usuários poderão configurar um limite máximo para os pagamentos automáticos e terão a liberdade de cancelar a autorização a qualquer momento.

Este novo recurso será gratuito para o pagador, que deverá autorizar uma única vez a configuração do pagamento recorrente no aplicativo bancário.

Com essas mudanças, o Banco Central busca aprimorar a experiência e a segurança dos usuários, além de expandir a aplicabilidade do Pix em novas situações de pagamento e gerenciamento financeiro.

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