Quais são as associações contra o fim do saque-aniversário do FGTS?
Três associações empresariais enviaram uma carta ao presidente Lula, solicitando que o governo mantenha o saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). A modalidade de saque está sob avaliação e pode ser extinta, conforme planos do governo.
O principal argumento das entidades é que o saque-aniversário é utilizado principalmente por negativados e pessoas que buscam quitar dívidas com juros altos, como o rotativo do cartão de crédito, ou que não possuem acesso a linhas de crédito mais acessíveis, como o consignado.
Segundo o documento, assinado por representantes da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Abranet (Associação Brasileira de Internet) e Zetta (entidade que reúne fintechs como Nubank), a extinção dessa modalidade seria prejudicial para os trabalhadores.
“Acabar com o saque-aniversário seria uma medida extremamente prejudicial para os trabalhadores e trabalhadoras que dependem dessa opção”, afirmam as associações.
Entenda o fim do saque-aniversário do FGTS
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) tem como uma de suas prioridades substituir o saque-aniversário por uma versão mais acessível de consignado.
A proposta do governo é permitir a contratação e o desconto de parcelas por meio do FGTS Digital, com o objetivo de ampliar o acesso ao financiamento, que hoje depende de convênios entre empresas e instituições financeiras.
Abrasel, Abranet e Zetta lutam contra o fim do saque-aniversário
As associações, no entanto, apontam que a substituição pode não atender a todos os trabalhadores. “A linha do consignado privado é bem-vinda e apoiada pelas associações como uma alternativa, mas não funciona para quem não tem essa opção ou precisa de ambas”, argumentam.
No documento, as entidades sugerem melhorias no saque-aniversário, como a extinção ou revisão da regra que impede, por dois anos, o retorno ao modelo de saque total do FGTS em caso de rescisão contratual. Outra sugestão é permitir que o trabalhador utilize 50% ou 100% do saldo em caso de demissão.
Vale destacar que o saque-aniversário e as operações de antecipação injetaram R$ 38,1 bilhões na economia no ano passado, sendo uma alternativa importante para trabalhadores sem acesso a linhas de crédito mais baratas.