Geração Z vai se surpreender ao saber como antiga geração buscava número de telefone
Antes da popularização da internet, encontrar uma pessoa em um bairro diferente ou o telefone de um comércio em outra região era uma tarefa complicada. Naquele período, o principal meio de comunicação era o telefone fixo.
A solução para a comunicação à distância eram as listas telefônicas, livros volumosos com páginas amarelas repletas de números e informações de empresas. Nos anos 1990, era comum encontrar essas listas em todas as residências, geralmente próximas ao telefone.
Listas telefônicas
O uso era tão difundido que muitas empresas de móveis projetavam suportes específicos para acomodá-las ao lado dos telefones fixos, de maneira similar aos suportes de CDs em estantes.
As listas telefônicas eram amplamente usadas para localizar o número de uma locadora de vídeo, o contato de um prestador de serviços, como o técnico de eletrodomésticos, ou o telefone de uma loja.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, esses guias se tornaram uma importante fonte de receita para empresas, que compravam espaços publicitários nas páginas.
De acordo com o jornalista Leandro Staudt, a Listel foi a fornecedora das listas telefônicas no Rio Grande do Sul durante muitos anos.
Em 1986, após vencer uma licitação, a empresa começou a produzir as listas para a Companhia Riograndense de Telecomunicações (CRT). Inicialmente, o estado tinha quatro listas regionais, mas o número foi ampliado para 12.
A CRT promovia concursos com artistas locais para escolher as imagens das capas das listas telefônicas. Já nos anos 1950, a Companhia Telefônica Nacional anunciava nos jornais a chegada das listas atualizadas, que eram entregues mediante a devolução das antigas.
A empresa incentivava os clientes a consultarem os números de telefone diretamente na publicação, evitando sobrecarregar o serviço telefônico.
Declínio com a chegada da internet e dos celulares
Com a chegada dos celulares, no início dos anos 2000, e o avanço da internet, as listas telefônicas começaram a perder sua relevância como fonte de informação. Com a criação de catálogos virtuais e sites de empresas, a produção das listas físicas foi gradualmente descontinuada.
Listas telefônicas no Brasil
As primeiras listas telefônicas surgiram no mundo no século 19, nos primórdios da telefonia. No Brasil, a primeira lista foi publicada pela Companhia Telephonica do Brazil em 21 de agosto de 1881, no Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro.
Essa lista, considerada a primeira do país, ocupava menos da metade de uma página e continha o nome, endereço e número de telefone, com até três dígitos, dos primeiros assinantes comerciais.