Moradoras do McDonald’s são proibidas de voltar a lanchonete após prisão
A Justiça determinou a soltura de Susane Paula Muratori Geremia, presa em flagrante na última sexta-feira (30) por injúria racial no McDonald’s do Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. Embora liberada, Susane está proibida de frequentar o estabelecimento, mesmo como cliente.
A acusação foi feita por uma adolescente, que afirmou ter sido chamada de “pobre, preta, nojenta” por Susane.
Na audiência de custódia realizada no sábado (31), a juíza Ariadne Villela Lopes considerou a idade de Susane e a ausência de antecedentes criminais para negar o pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) de transformar a prisão em flagrante em prisão preventiva.
Entretanto, a juíza impôs as seguintes medidas cautelares:
- Comparecimento mensal ao juízo para informar e justificar suas atividades por dois anos;
- Proibição de acesso ao McDonald’s do Leblon por dois anos;
- Proibição de contato com a adolescente que a denunciou;
- Restrição de aproximação, com distância mínima de 500 metros da jovem.
Entenda o conflito
O incidente ocorreu na tarde de sexta-feira (30) e envolveu um grupo de cinco adolescentes e Susane, acompanhada de sua filha, Bruna Muratori. Segundo relatos, o grupo de amigas estava no McDonald’s após um dia na praia do Leblon. No segundo andar do estabelecimento, onde estavam Susane, Bruna e suas malas, houve um desentendimento.
Uma das adolescentes afirmou que Susane e sua filha se incomodaram com a presença delas e começaram a filmá-las. Durante o confronto verbal, Susane teria usado termos racistas contra as jovens.
Bruna Medina de Souza, mãe de uma das adolescentes, confirmou as ofensas e relatou à TV Globo que foi ao local ao saber do ocorrido por telefone. Segundo ela, Susane continuou a proferir insultos raciais até a chegada da polícia.
“A gente sempre sofre um racismo ou outro, mas a gente costuma entubar, botar no bolso e viver. Só que agora foi muito direto. Ela chamou a minha filha de ‘preta nojenta’. ‘Pobre, preta, nojenta'”, disse a cozinheira.
Susane foi detida em flagrante por injúria racial. Sua filha, Bruna, foi liberada por falta de evidências de envolvimento nas ofensas. Em depoimento, Susane negou as acusações, alegando ter sido chamada de “velha coroca” pelas jovens.