Terra está cada vez mais longe da Lua e efeitos vão ser sentidos
O distanciamento entre a Lua e a Terra é um fenômeno lento, mas contínuo, que começou há milhões de anos e pode ter impactos significativos na duração dos dias e na diversidade da vida no planeta. Este afastamento tem despertado interesse crescente entre cientistas, que buscam entender as consequências dessa mudança para o nosso planeta.
Conduzido pelo geólogo He Huang, da Universidade de Tecnologia de Chengdu, na China, um estudo revelou os impactos profundos dessa separação ao longo do tempo. O afastamento entre a Lua e a Terra influenciou diretamente o movimento de rotação da Terra, aumentando gradualmente a duração dos dias.
A extensão dos dias na Terra ao longo de milhões de anos teve consequências significativas. À medida que a Lua se afasta, a rotação da Terra desacelera, resultando em dias mais longos. Inicialmente, o planeta girava mais rapidamente, com dias significativamente mais curtos.
Com o tempo, os dias se prolongaram em aproximadamente 2,2 horas, o que contribuiu para mudanças substanciais nos processos naturais da Terra. Um exemplo notável é o aumento da oxigenação da atmosfera, que foi crucial para o desenvolvimento de formas de vida mais complexas.
Como o distanciamento da lua influenciou a vida terrestre?
Um dos períodos mais importantes na história da Terra é a explosão cambriana, ocorrida há cerca de 541 milhões de anos. Durante essa época, a vida no planeta passou por uma explosão de diversidade e complexidade. O papel do afastamento lunar foi essencial nesse processo, pois dias mais longos criaram um ambiente mais estável e propício para a proliferação das formas de vida.
Os cientistas acreditam que, com o distanciamento, a Terra se tornou um lugar melhor para viver, permitindo que formas de vida maiores e mais complexas se desenvolvessem. Este fenômeno mostra como mudanças aparentemente pequenas podem desencadear grandes transformações na história do nosso planeta.
Para entender melhor o impacto do afastamento entre a Lua e a Terra, os pesquisadores estudaram rochas antigas chamadas marélites, que registram as mudanças nas marés ao longo do tempo. Esses dados foram combinados com modelos matemáticos que simulam as interações gravitacionais entre os dois corpos celestes.
Dois momentos cruciais foram identificados pelos cientistas: um durante a explosão cambriana e outro entre 340 e 280 milhões de anos atrás, quando grandes geleiras cobriam boa parte do planeta. Esses períodos foram marcados por mudanças na taxa de rotação da Terra, influenciadas pelo afastamento lunar.
O afastamento da Lua é um processo contínuo que ainda impactará a Terra no futuro. À medida que a influência gravitacional da Lua diminui, a rotação do nosso planeta continuará a abrandar, resultando em dias ainda mais longos ao longo dos próximos milhões de anos.