Clima vai mudar muito com chegada de dupla La Niña
A previsão do clima para os próximos meses indica possíveis mudanças significativas, com a chegada de eventos climáticos que podem impactar várias regiões do planeta. Meteorologistas e especialistas em clima estão atentos à possibilidade de ocorrência simultânea de dois fenômenos climáticos conhecidos como La Niña, um no Oceano Pacífico e outro no Atlântico.
De acordo com a Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), há uma chance de até 72% de um evento de La Niña no Pacífico no final deste ano, embora a MetSul Meteorologia acredite em uma probabilidade menor.
Enquanto isso, no Oceano Atlântico, as condições de resfriamento também sugerem a possível formação de um fenômeno similar, o que pode intensificar ainda mais os efeitos no clima global.
La Niña no Pacífico e Atlântico ao mesmo tempo
A La Niña no Pacífico é um fenômeno climático caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico na região equatorial. Esse evento, quando ocorre, afeta padrões climáticos ao redor do mundo, incluindo mudanças nas chuvas e nas temperaturas.
No entanto, há também a possibilidade menos conhecida de uma La Niña no Atlântico, que é um resfriamento anômalo das águas do Atlântico Equatorial.
Segundo o último boletim da NOAA, o resfriamento atual das águas no Atlântico Equatorial central é de 0,5ºC a 1ºC abaixo da média, o que indica a possibilidade de um evento de La Niña Atlântica se as condições persistirem até o final de agosto.
O impacto de uma dupla La Niña pode ser significativo, afetando diferentes regiões de formas variadas. A La Niña do Pacífico, por exemplo, costuma provocar chuvas intensas na região da América do Sul e secas na Austrália e Sudeste Asiático.
Já a La Niña do Atlântico pode alterar o regime de chuvas no Nordeste da América do Sul, como no Brasil, além de influenciar a formação de furacões no Atlântico Norte. Com a possibilidade desses dois eventos climáticos ocorrerem ao mesmo tempo, as mudanças no clima global podem ser ainda mais complexas e intensas.
Dupla La Niña causa impactos no Clima
O impacto de uma La Niña simultânea no Atlântico e no Pacífico não é totalmente compreendido, mas a ocorrência desses dois fenômenos juntos pode amplificar os efeitos climáticos de ambos.
Em anos anteriores, episódios de El Niño e La Niña do Atlântico foram associados a alterações significativas nos padrões de precipitação, como a redução de chuvas na região do Sahel, na África, e aumento das chuvas no Golfo da Guiné.
Para a América do Sul, especialmente o Nordeste brasileiro, a La Niña Atlântica pode mudar a estação chuvosa, trazendo períodos de seca ou precipitações acima da média.
Além disso, o resfriamento anômalo das águas no Atlântico Equatorial pode afetar a temporada de furacões. A previsão oficial de furacões para o Atlântico Norte leva em consideração essas condições de resfriamento.
Caso o fenômeno persista, poderá frustrar uma temporada de furacões mais ativa, como inicialmente previsto pela Meteorologia dos Estados Unidos.
Por outro lado, episódios de El Niño do Atlântico, que aquecem as águas, têm sido associados a furacões mais poderosos se desenvolvendo perto de Cabo Verde, demonstrando como a temperatura da superfície do mar pode influenciar eventos climáticos extremos.
O que esperar nos próximos meses
À medida que avançamos para o final do ano, as atenções continuam voltadas para o Oceano Pacífico e o Atlântico, onde as condições climáticas estão sendo monitoradas de perto por meteorologistas e cientistas.
A possibilidade de uma dupla La Niña é um lembrete da complexidade dos sistemas climáticos da Terra e da importância de continuar a monitorar e estudar esses fenômenos para entender melhor como eles afetam o clima global.
Embora ainda existam incertezas sobre a ocorrência simultânea desses eventos, é essencial estar preparado para possíveis impactos no clima local e global, adaptando-se a essas condições que podem trazer tanto desafios quanto oportunidades para a humanidade.