Ketchup pode chegar ao fim por causa de mudanças climáticas
O aumento das temperaturas em partes da Ásia, Europa e Estados Unidos está causando um impacto significativo no cultivo de tomates. Este fenômeno pode desencadear sérios reflexos na produção de diversos produtos, especialmente no ketchup. A Heinz, uma das gigantes do setor alimentício, está lidando com esses desafios de maneira inovadora.
Conhecida por suas 660 milhões de garrafas de ketchup produzidas anualmente, sendo 300 milhões somente nos Estados Unidos, a Heinz está na linha de frente na busca por soluções. Seus tomates, que são específicos para a fabricação de ketchup, passaram por mais de 150 anos de desenvolvimento para garantir uma pasta de tomate “perfeita”.
Como o calor está afetando os tomates
A Califórnia, estado onde são cultivados todos os tomates usados no ketchup da Heinz vendido nos EUA, registrou em julho deste ano o mês mais quente de todos os tempos. A influência das mudanças climáticas ainda é incerta, mas as altas temperaturas poderiam afetar seriamente o desenvolvimento dos tomates.
Para adaptar-se às condições climáticas extremas, a Heinz está investindo pesado em pesquisa e desenvolvimento. Nos últimos cinco anos, a empresa aplicou milhões de dólares no aperfeiçoamento da HeinzSeed, desenvolvendo variedades de tomates que conseguem resistir a verões mais quentes e estações de cultivo secas.
A empresa realiza aproximadamente 800 testes de variedades de tomate simultaneamente para identificar as plantas mais promissoras. Aqueles que não apresentam o desempenho esperado são eliminados do programa. Esses testes são cruciais para garantir que a produção de ketchup não sofra interrupções significativas.
Medidas que os agricultores estão tomando
Os agricultores também estão se adaptando às novas condições climáticas. Algumas das medidas adotadas incluem:
- Enterrar os sistemas de irrigação profundamente no solo para que as raízes se aprofundem em busca de água.
- Borrifar polímeros de argila nas folhas para protegê-las do sol intenso.
Essas práticas inovadoras mostram como a colaboração entre ciência e agricultura está se tornando indispensável para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.