Apocalipse já foi registrado na história e até hoje não foi esclarecido
Era o ano de 1177 a.C., e o mundo como conhecíamos estava à beira de um colapso. Civilizações proeminentes, construídas ao longo de séculos por reis, guerreiros e burocratas do Mediterrâneo, enfrentavam um fenômeno catastrófico que abalaria suas fundações. Esse período tumultuado, conhecido como “apocalipse da Idade do Bronze”, destruiu impérios da Grécia à Síria e até hoje permanece envolto em mistério.
Durante séculos, essas civilizações haviam estabelecido uma forma primitiva de globalização, navegando, comercializando e mantendo relações diplomáticas. No entanto, essa estabilidade desapareceu de forma abrupta e nunca se recuperou completamente. Muitos se perguntam: o que realmente aconteceu durante este período turbulento? E como algumas civilizações emergiram mais fortes do que antes?
O que foi o Apocalipse da Idade do Bronze
O interesse em desvendar o apocalipse da Idade do Bronze vai além da simples curiosidade acadêmica. “De muitas maneiras, o nosso mundo não é muito diferente do deles antes do colapso”, afirmou o historiador Eric Cline, professor da Universidade George Washington, em entrevista. Cline publicou recentemente o livro After 1177 B.C.: The Survival of Civilizations, onde aborda as descobertas mais recentes sobre o que realmente aconteceu após este evento cataclísmico.
1177 a.C. é uma data crucial estabelecida com precisão graças à cronologia egípcia. Foi no oitavo ano do reinado do faraó Ramsés III, quando ele enfrentou e derrotou uma aliança de invasores conhecidos como “Povos do Mar”. Esses invasores eram um grupo enigmático que, ao que tudo indica, já havia causado estragos em outras regiões do Oriente Próximo.
Povos do Mar
Os Povos do Mar são o centro de uma discussão acadêmica interminável sobre sua identidade. Os nomes desses povos, encontrados em monumentos egípcios, incluem Denyen, Peleset, Shekelesh e Sherden. Pesquisadores propõem que os Shekelesh seriam oriundos da atual Sicília, enquanto os Sherden teriam vindo da Sardenha. Já os Peleset são frequentemente identificados como os futuros filisteus da Bíblia.
Esses invasores parecem ter operado como uma mistura de piratas e refugiados armados, atacando e pilhando cidades costeiras. Porém, os registros indicam que eles não buscavam apenas saque, mas também terras para se estabelecer. Mesmo após derrotá-los, o esforço de guerra drenou tantos recursos do Egito que o reino nunca mais recuperou a sua potência internacional da Idade do Bronze.
Muitas das razões que permitiram a sobrevivência de certas civilizações se resumem a uma combinação de geografia favorável, liderança eficaz e adaptabilidade. Civilizações como a Assíria e a Babilônia, longe do Mediterrâneo e com acesso a rios abundantes como o Tigre e o Eufrates, mantiveram suas estruturas estatais intactas.