O azeite está muito caro e motivo é explicado pela ciência
As transformações climáticas estão afetando mais do que apenas o clima do nosso planeta. Surpreendentemente, essas mudanças estão causando grandes alterações nos custos de produtos básicos, como o azeite de oliva. Neste último ano, o preço deste precioso líquido sofreu um aumento significativo, impactando diretamente o bolso dos consumidores.
O calor extremo, um dos fenômenos mais frequentes associados às mudanças climáticas, está comprometendo drasticamente a produção de azeitonas, essenciais para a fabricação do azeite. Este impacto é particularmente severo no sul da Europa, que não só se destaca como a maior região produtora deste óleo, mas também enfrentou uma das piores safras de sua história recente.
O aumento nos preços do azeite de oliva tem relação direta com os desequilíbrios climáticos. As oliveiras, plantas cuja produtividade é diretamente influenciada pelas condições meteorológicas, estão produzindo menos devido ao calor anormal. Esse fenômeno faz com que as flores da oliveira brotem antes do tempo, prejudicando a qualidade e quantidade do fruto colhido e, por consequência, diminuindo a produção de azeite.
Impacto do clima na produção de azeitonas
No ciclo produtivo de 2022/23, por exemplo, registrou-se uma diminuição de um terço na produção em comparação ao período anterior. Esse déficit na colheita acarreta uma diminuição nos estoques e, como resultado direto, um encarecimento no preço final do azeite. Em meio a essa oferta reduzida, a demanda continua a crescer, impulsionando ainda mais os custos.
No Brasil, um dos maiores importadores e consumidores de azeite de oliva do mundo, o impacto também é sentido de forma significativa. Com uma elevação de preços em 49% nos últimos 12 meses, as prateleiras dos supermercados mostram valores altos, fazendo com que uma garrafa de 500 ml custe cerca de R$ 50. Este aumento é consideravelmente maior do que a taxa de inflação geral do mesmo período, que foi de apenas 4%.