Robôs vão acabar com o trabalho humano? O do Mercado Livre levanta 600kg por 8 horas seguidas
O Mercado Livre anunciou um investimento de R$ 23 bilhões no Brasil, com foco em logística, fintech, publicidade e aumento de produtividade.
Parte desse investimento está sendo direcionada para a automação de seu centro de distribuição em Cajamar (SP), onde robôs já estão operando para otimizar o processo de separação de pedidos.
De acordo com Fernando Yunes, presidente da operação brasileira, a empresa possui atualmente 100 robôs em operação, com planos de aumentar esse número para 334 até o final do ano.
Estes robôs, fabricados pela chinesa Quicktron, reduzem em 20% o tempo necessário para separar mercadorias, aumentando a eficiência e acelerando as entregas.
Os robôs, que lembram aspiradores automáticos e podem levantar até 600 quilos, têm uma autonomia de bateria de oito horas e são recarregados antes de iniciar um novo ciclo. Eles são capazes de movimentar 2,5 mil prateleiras por dia, transformando um processo que antes era manual e exigia que os funcionários percorressem grandes distâncias para coletar produtos.
Aumento da produtividade
Com a introdução dos robôs, as prateleiras são levadas automaticamente até os funcionários, que então as abastecem com os produtos. Este sistema permite uma redução de 70% na distância percorrida pelos trabalhadores e melhora a eficiência geral do centro de distribuição.
Além disso, a nova disposição das prateleiras, com apenas 15 cm de distância entre elas, aumenta a capacidade de armazenamento em 10% a 15%.
Após a expansão, os robôs serão responsáveis por 22% da separação de pedidos, processando até 100 mil compras por dia. O Mercado Livre planeja expandir essa tecnologia para outros centros de distribuição e países no próximo ano, visando melhorias contínuas em produtividade e espaço.
Expansão de centros de distribuição e contratação de funcionários
Apesar da automação, o Mercado Livre continuará contratando no Brasil. A empresa aumentará seu quadro de funcionários de 22 mil para 33 mil até o final de 2024, superando a previsão inicial de 6,5 mil novas contratações com um total de 11 mil. A expansão de centros de distribuição, incluindo novos locais em Porto Alegre (RS) e Brasília, também faz parte do aumento de investimento no país.
Yunes destacou que o investimento de R$ 23 bilhões em 2024 representa um aumento de 20% em relação ao ano anterior, com a expectativa de que esse número possa ser ainda maior. “A única coisa que dá para dizer é que o investimento do próximo ano será ainda maior”, afirmou Fernando.