Rio de Janeiro já tem mais traficantes do que policiais; Veja números
O Rio de Janeiro enfrenta uma crise alarmante na segurança pública. Facções de traficantes dominam aproximadamente 1.500 favelas, totalizando um “exército de bandidos” com cerca de 56 mil criminosos fortemente armados.
Esse número supera significativamente os 44 mil policiais militares no estado. A situação se agrava com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir a atuação policial nas favelas, fortalecendo ainda mais as organizações criminosas.
Essa realidade preocupante foi destacada pelo procurador de Justiça Marcelo Rocha Monteiro, em entrevista à Rádio Bandeirantes.
Impacto da Decisão do STF na Segurança Pública
A proibição das operações policiais nas favelas, determinada pelo STF, teve consequências imediatas e graves. A medida, destinada a proteger os moradores de abusos, acabou favorecendo as facções criminosas, que aproveitaram a ausência da polícia para expandir seu domínio territorial.
Um exemplo claro dessa consequência foi o tiroteio de 27 horas, ocorrido recentemente, durante a tentativa de uma facção de tomar o Morro de São Carlos, tradicionalmente controlado por rivais.
A decisão do STF foi criticada por não considerar adequadamente a realidade vivida pelos moradores das favelas, que permanecem sob a constante ameaça das armas dos traficantes.
A situação é tão crítica que moradores podem ser fuzilados apenas por vestir a cor errada, conforme o controle territorial das facções Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC).
Expansão de traficantes do PCC
Paralelamente ao domínio territorial, o PCC tem adotado estratégias mais sofisticadas para fortalecer seu poder. Além do uso de advogados para cometer crimes, a facção está formando seus próprios juízes e promotores.
Autoridades detectaram uma movimentação crescente para ingressar nos tribunais de justiça e no Ministério Público por meio de concursos públicos. Não há indícios de fraude nos processos seletivos, mas a facção financia cursos de Direito para jovens que, no futuro, possam atuar como agentes do crime organizado dentro do sistema judicial.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou recentemente que a Polícia Federal investigue essa tentativa de infiltração do PCC no Judiciário.
Segundo o subprocurador-geral José Carlos Cosenzo, a facção vem tentando colocar seus membros não apenas em cargos altos, como promotores e juízes, mas também em funções menores, como oficiais de promotoria e analistas, onde o acesso a informações sensíveis é mais fácil e a vigilância é menor.
Para combater essa ameaça, o Ministério Público de São Paulo tem aprimorado suas investigações sobre os candidatos inscritos nos concursos. As medidas incluem cruzamento de dados com outras unidades federativas, entrevistas com pessoas próximas aos candidatos e o uso de ferramentas digitais para detectar qualquer suspeita no passado dos concorrentes.
Após a aprovação, os novos integrantes ainda passam por um rigoroso acompanhamento durante o estágio probatório.