2º líder religioso é condenado por abusos em cidade de São Paulo em um ano
Na última quarta-feira, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) divulgou uma sentença que abalou a comunidade de Hortolândia. O líder espiritual Eduardo Santana, conhecido como “Pai Du”, foi condenado a 16 anos, três meses e 17 dias de prisão em regime fechado. O processo havia iniciado em 2023, quando Santana foi detido sob acusações gravíssimas de abusos sexuais cometidos contra 13 frequentadoras de seu centro religioso.
A sentença, assinada pelo juiz Andre Forato Anhe, da 1ª Vara Criminal de Hortolândia, veio após uma investigação minuciosa, baseada em relatos de vítimas, documentos e áudios que formaram um conjunto “firme, coeso e harmônico” sobre a conduta do acusado. Eduardo Santana foi considerado culpado pelos crimes de estupro, violação sexual mediante fraude, importunação sexual, assédio sexual e injúria.
Detalhes do caso
O TJ-SP informou que os abusos cometidos por Santana aconteceram em diversas ocasiões e locais. As dependências do terreiro, a “sala de búzios”, residências das vítimas e até mesmo dentro do veículo do acusado foram cenários desses atos deploráveis. Além disso, Santana utilizava meios tecnológicos, como mensagens de texto, vídeos e áudios para coagir suas seguidoras.
Segundo o juiz Andre Forato Anhe, as circunstâncias dos delitos eram extremamente graves e demonstravam abuso de poder e influência. Utilizando-se do cargo de pai de santo, Santana ofendia a dignidade das vítimas, constrangendo-as e violentando-as sexualmente de forma sistemática.
Em Hortolândia, a condenação de Eduardo Santana gerou uma mistura de alívio e revolta. Muitas pessoas relataram sentir que a justiça foi feita, enquanto outras estão preocupadas com o impacto negativo sobre a imagem de líderes espirituais na região. A confiança nas figuras religiosas sofreu um abalo considerável, algo que possivelmente levará tempo para ser restaurado.
Outros casos de abuso em Hortolândia
Em maio de 2024, outro líder espiritual, André Luis Freitas Jacob, de 49 anos, também foi preso sob acusações semelhantes. Jacob, que se apresentava como guru espiritual, abusava sexualmente de suas seguidoras no terreiro situado no Jardim Nova Hortolândia. As vítimas relataram que o acusado lhes oferecia bebidas alcoólicas, ficando alteradas e, em seguida, eram abusadas. Entre as vítimas, havia uma menor de idade.